Mitre amplia lançamentos e tem recorde de vendas no 2º trimestre de 2024
A incorporadora Mitre Realty teve expansão dos lançamentos e das vendas no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo intervalo de 2023, de acordo com relatório operacional divulgado ontem.
Os lançamentos tiveram alta de 110% na comparação anual, representando R$ 205 milhões em valor geral de vendas (VGV), o correspondente a 389 apartamentos. Entre os projetos lançados está a segunda fase do residencial com serviços Haus Mitre Edition NY, que foi 63,3% vendido em um mês. Outro empreendimento lançado foi o residencial Os Sutdios do GIO Jardins, 41% já vendido.
As vendas líquidas da Mitre de abril a junho aumentaram 102%, chegando ao recorde de R$ 374,3 milhões. A velocidade de vendas foi a 16,6% no trimestre, avanço de 6,6 pontos porcentuais em um ano. O estoque de imóveis da companhia caiu 11,3% na comparação anual, indo a R$ 1,85 bilhão. Desse total, apenas 3% se refere a imóveis prontos – que geram custos de manutenção.
A Mitre fez a entrega de 336 apartamentos no trimestre, no valor de R$ 268 milhões, que contribuíram para a entrada de recursos. A empresa reportou geração de caixa de R$ 53 milhões. Foi o terceiro trimestre consecutivo de geração de caixa. Com isso, a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) baixou para 34,9%, redução de 14,2 p.p., ante o pico de 49,1% no terceiro trimestre do ano passado.
O vice-presidente de operações da Mitre, Rodrigo Cagali, considerou os números operacionais positivos. “Foi o melhor trimestre da história da Mitre em vendas, com mais que o dobro de crescimento em termos anuais”, ressaltou, em entrevista. Nos últimos trimestres, a incorporadora ampliou os lançamentos, o que puxou as vendas para cima. Também houve foco no setor de alto padrão e luxo, mais resiliente a juros altos.
Segundo Cagali, a boa performance da comercialização se deve ao fato de os empreendimentos terem sido bem formulados em termos de qualidade da planta e localização. Não houve promoções nem descontos para acelerar as vendas, disse. “Pelo contrário, conseguimos até ganhar preço e vender um pouco acima da nossa projeção original de viabilidade”.
A diretora de Relações com Investidores da Mitre, Thais Alonso, destacou ainda que a incorporadora foi capaz de reduzir o estoque e chegar à metade deste ano com um volume pequeno de unidades prontas não vendidas. “Fomos questionados sobre a capacidade de vendas de alguns projetos, mas mostramos que conseguimos avançar bem. Estamos em um patamar bastante confortável”, disse, em entrevista. Os empreendimentos com entregas previstas para os próximos trimestres também estão com níveis elevados de venda e não geram preocupação de acúmulo de unidades prontas no estoque, acrescentou.
Segundo Cagali, os clientes não têm tido dificuldade de tomar financiamento para quitar o saldo devedor após entrega das chaves. Em geral, a taxa dos empréstimos nos bancos varia de 10,2% a 11% ao ano. Havia expectativa de um corte nos juros neste ano, o que não se concretizou. Mesmo assim, as vendas de imóveis estão saudáveis, apontou.
Para o segundo semestre, a expectativa é de que os lançamentos e vendas continuem fortes. A Mitre tem uma estrutura que permite lançamentos anuais na faixa de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões. No primeiro semestre, chegou a R$ 420 milhões. Agora, deve acelerar os projetos, mas ainda assim deve ficar um pouco abaixo do piso de R$ 1,5 bilhão, segundo Cagali. “Nossa obrigação não é com valor total dos lançamentos, mas sim com bons projetos e rentabilidade”, ponderou.